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sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Transportes colectivos

1874 (14 de Agosto) - Abertura da linha desde a Praça Carlos Alberto até à Foz (Cadouços) via Boavista e Fonte da Moura pela Companhia Carris de Ferro do Porto. Tracção animal.

1875 - Abertura das primeiras linhas urbanas pela Companhia Carris de Ferro do Porto:
Boavista - Campanhã e Bolhão - Aguardente (Marquês de Pombal). Tracção animal.

1875 (3 de Novembro) - Um incêndio na remise da
Boavista.

1878 - Conversão para tracção a vapor na linha
Boavista - Foz (Cadouços). Os carros são puxados por cavalos desde vários locais da cidade e são atrelados num comboio rebocado por uma locomotiva a vapor. Obviamente no sentido oposto os carros do "eléctrico" a vapor são divididos e rebocados por cavalos para os diversos locais da cidade.
(...)
1914 - Fim da tracção a vapor por substituição por tracção eléctrica na linha dedicada na totalidade da Avenida da
Boavista em substituição do trajecto Fonte da Moura - Cadouços - Rua de Gondarém.
(...)
1928 (28 de Fevereiro) - A remise da
Boavista é destruída por um incêndio. 23 eléctricos, 4 atrelados e 2 zorras são perdidos. Seis eléctricos são bastante danificados.
(...)
1988 - A remise da
Boavista é substituída pela de Massarelos para o serviço normal. As oficinas são mantidas na Boavista (também para os troleicarros e autocarros). Devido a obras nas ruas, os eléctricos regressam à recolha da Boavista por várias ocasiões: Março - Julho 1991, Junho - Novembro 1998 e Fevereiro - Maio 1999.
(...)
1999 (Agosto) - Início do desmantelamento da remise da
Boavista.

[Retirado de:"Os eléctricos do Porto"]

Circuito da Boavista

1958 — A Fórmula 1 aparece pela primeira vez em Portugal, no Circuito da Boavista, Porto.

Avenida da Boavista

"A Avenida da Boavista é um arruamento, que atravessa as freguesias de Cedofeita, Massarelos, Lordelo do Ouro, Ramalde, Aldoare Nevogilde, da cidade do Porto, em Portugal.

Foi aberta em meados do século XIX (1850), mas o último tramo entre a Fonte da Moura e o mar só foi terminado em 1917.

Com cerca de seis quilómetros de extensão, é a mais longa avenida portuense, prolongando-se em linha recta desde o Hospital Militar até à Praça de Gonçalves Zarco, conhecida por Castelo do Queijo, designação popular do antigo forte de São Francisco Xavier, junto ao mar.

Nova centralidade económica e cultural, o seu mais distintivo e mediático atributo arquitectónico é, actualmente, a Casa da Música, obra do holandês Rem Koolhaas, inaugurada em 2005, no espaço outrora ocupado pela remise dos eléctricos , na Rotunda da Boavista. Aqui se situa, a meio do respectivo jardim, o Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular.

Até meados do século XX a avenida era uma autêntica alameda com duas filas de frondosos plátanos que acabaram por ser sacrificados para facilitar o trânsito automóvel . Alterações recentes e pontualmente polémicas têm conferido um novo visual à avenida, em que resistem alguns exemplares de boa arquitectura mas de onde desapareceram muitas árvores do separador central.

Sucessivas construções em altura e estabelecimentos comerciais, de certo modo, descaracterizaram o longo e nobre eixo de comunicação, enriquecido, entretanto, pela instalação do Parque da Cidade, uma vastíssima área lúdica e de lazer desportivo.

Destaque, ainda, para a Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, fronteira ao parque." [retirado do Blog "Porto Cidade Invicta"]

Da Boavista à Trindade

"Aqueles que gostam de ler histórias da História do Porto não podem deixar de percorrer, com alguma frequência, os alfarrabistas portuenses que os há espalhados por muitas locais da centro tradicional da cidade. É que, não o fazendo, arriscam-se a perder algumas preciosidades. Ora aconteceu que, há dias, ao apreciar a excelente série de obras exibidas na montra da Candelabro, ali, na Rua da Conceição, vislumbrei um pequeno opúsculo de 39 páginas sob o título "O prolongamento da Linha Férrea da Boavista à Trindade" . Datado de 1930 e dado à estampa na Tipografia Sequeira, Lda., a pequena obra foi editada pelos advogados Alfredo de Morais de Almeida e José Gualberto de Sá Carneiro, este último pai do malogrado Francisco de Sá Carneiro que foi um dos fundadores do PPD/PSD e uma das personalidades políticas mais marcantes da sociedade portuguesa post 25 de Abril.

Mas, ao fim e ao cabo, de que trata o referido opúsculo ? Nem mais nem menos do que a tentativa da Companhia de Carris de Ferro do Porto - antecessora da que é hoje a STCP - de embargar judicialmente as obras que decorriam na Avenida da França para colocação das linhas férreas no sentido de trazer até à Trindade os comboios da Linha da Póvoa que, na época, ligava também a Famalicão, à Trofa, a Guimarães e a Fafe. Os dois ilustres causídicos defenderam na barra dos tribunais a causa da então Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal - a dona da obra - e acabaram por vencer o pleito judicial.

Em 1927, esta última empresa, que posteriormente veio a ser integrada na CP(Caminhos de Ferro Portugueses), celebrou com o governo um contrato em que ficou obrigada a construir o prolongamento da linha férrea desde a estação da Boavista até à Trindade, um acto que foi calorosamente acolhido pela Câmara do Porto, a ponto dela se ter regozijado publicamente "por tão útil obra". O projecto ficou pronto e aprovado no final de 1928 e a 8 de Janeiro seguinte era publicado na folha oficial não apenas o projecto mas, igualmente, a declaração de utilidade pública urgente para expropriação dos terrenos necessários para o empreendimento. Meses depois, enquanto era aberto o túnel da Trindade, a Companhia decidiu instalar os carris desde a Estação da Boavista, atravessando, portanto, a Avenida da França.

Mas a Companhia de Carris de Ferro do Porto, "que se julga - diz-se na tal contraminuta de agravo - única e absoluta dona e senhora das ruas e praças do Porto, como um verdadeiro Estado dentro do Estado, lembrou-se de fazer embargar extra-judicialmente essas obras; e em seguida foi ao Juízo da 4ª Vara Cível requerer a ratificação desse pseudo embargo". Alegava que a Avenida da França estava incluída no âmbito da sua concessão, inclusivé chamando a atenção para um desenho que incluiu no processo referente à construção de uma linha ao longo daquela avenida. Nunca chegou a ser realidade. Os advogados dos "Caminhos de Ferro de Portugal" bateram-se pela sua dama e aquela acabou por poder, já com o beneplácito judicial, atravessar com os seus carris a Avenida da França. O comboio acabou por apitar na Trindade no início dos anos 40 numa gare um tanto ou quanto mal amanhada que acabou por ser definitiva até meados dos anos 90, altura em que os comboios foram substituídos pelo metro que cruza o local com duas linhas, uma delas subterrânea.

A Avenida de França conheceu, por seu turno, alterações de vulto durante o século XX. Teve uma passagem de nível que nos anos 70 foi substituída por uma passagem inferior daquela artéria portuense em relação às linhas de caminho de ferro; depois, já nos anos 90, quando da instalação do metro, foi este que foi enterrado em relação às faixas de rodagem da avenida. Ao tempo que isto já vai..." [Retirado do Blog "Ruas da Minha Terra"]

Publicado no Jornal de Notícias